18 de dez. de 2012

O livro da vez: "Precisamos falar sobre o Kevin"

Antes de começar este post, eu sei o que vocês estão pensando: o que tem a ver falar de livros num blog sobre artesanato feito com tecido??? Eu sei também que não se deve misturar as bolas (meu trabalho com dicas de literatura), afinal isso é um blog "profissional" ou o quê? 
Mas tá escrito lá no meu primeiro post que aqui eu mostraria meu trabalho, receberia encomendas, e também falaria sobre o que eu gosto e não gosto. E isso inclui leitura também, ué!

Sempre gostei de ler, e sou dessas pessoas que não podem ver uma livraria. Tenho que entrar. E se eu entro, preciso sair de lá com pelo menos um livro na mão. Acontece que antes eu comprava, mas só começava a ler dois meses depois. Quando eu terminava algum livro (veja bem, quando eu terminava) já tinha se passado 1 ano, e eu já nem lembrava mais do começo da história. Até que criei uma estratégia: 10 páginas por dia, no mínimo! Foi a solução. Desde então devoro um após outro. Já esgotei os volumes de casa, e sempre compro um novo quando passo da metade do que estou lendo...

E hoje vou falar sobre um dos melhores livros que já li (que me lembre, pelo menos...): Precisamos falar sobre o Kevin, de Lionel Shriver.

Acho que alguém aí já deve ter assistindo a Cisne Negro, né. Não vi no cinema, mas me lembro que virou febre. Todo mundo comentando que era ótimo ou péssimo, ganhou Oscar e tudo. Decidi assistir para ver o que eu acharia. Minha conclusão: ÓTIMO! Mereceu um Oscar justamente por alcançar o que procura: transmitir o desconforto e a angústia da personagem para o telespectador. Confesso que assisti `a noite, sozinha, e tive pesadelos. Com Precisamos falar sobre o Kevin foi a mesma coisa. 


Vou ser honesta. O livro é longo, 464 páginas. Tem letras miúdas e poucos diálogos, já que é escrito em forma de cartas. Isso quer dizer que ler 10 páginas por noite pode se transformas numa tarefa árdua, agravada pelo seu conteúdo denso e bastante complexo. Definitivamente, não é para qualquer um...

A história é a seguinte: Kevin Katchadourian, filho de Eva e Franklin, é autor de uma chacina na qual mata 9 pessoas em sua escola nos EUA. Para o pai, Kevin era um anjo. Para a mãe, uma criança dissimulada e perigosa. Eva não consegue gostar de seu próprio filho, e chega mesmo a sentir medo dele. Jogada ao ostracismo e injustamente (ou não?) responsabilizada pelos atos de seu filho, Eva escreve cartas ao marido na tentativa de encontrar os motivos que levaram o menino a odiá-la e rejeitá-la desde o momento de seu nascimento. Ela nunca quisera ter filhos, e nunca conseguiu assumir o papel de mãe. Será isso a razão do comportamento agressivo de Kevin, ou ele já nascera assim? 

Um livro que, apesar de indigesto e sufocante, me prendeu a cada página. E um final surpreendente! Vale a pena! Muito!!

Ainda não assisti ao filme, mas espero em breve. Agora que já assisti ao filme, posso dizer: perde feio para o livro!! Se não tivesse lido antes, não teria entendido metade da história. É tudo muito subentendido, e eu não tenho toda a sensibilidade e percepção de um crítico de cinema... Então, para quem assistiu (sem ler o livro antes) e não entendeu, eu digo: Tamo junto!!

Resultado:    Livro 1  x  Filme 0 



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